quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Abra a mente para a nossa complexidade!

A psicanálise tem como pressuposto básico de que existe uma zona de personalidade a qual o indivíduo não conhece: o Inconsciente. Lançamos nesse espaço obscuro todos nossos desejos e impulsos reprimidos, que travam uma incessante luta contra nosso eu consciente, tentando de qualquer maneira vir à tona.

Como o inconsciente não é uma coisa passiva e parada, mas antes, é ativo e dinâmico, ele age com extrema força no comportamento do ser humano. Daí, ser comum nosso espanto por causa de certas atitudes tomadas, que em segundos depois, arrependidos, nos perguntamos como foi possível agirmos daquelePortal Liquido modo.

Um religioso acostumPortal Liquidoado com exorcismo, argumentará que o devoto estava possuído pelo capeta, e rogará: “Sai desse corpo, satanás”, quando o mais certo seria dizer: “Sai desse corpo desejo reprimido”.

Eis o problema. Que desejos devemos reprimir, porque não são necessários ou porque podem nos trazer problemas se efetuados, e quais desejos não devemos reprimir, porque são necessários, e fazem bem para nossa saúde física e psíquica?

Os psicólogos sabem que, uma das causas de tantas consultas, são devido a nossa moral religiosa. Desde cedo somos bombardeados com o tripé dogmático da Igreja: sexo é pecado, o prazer é mal, e Deus castiga. Nathaniel Branden, Ph.D., escreveu: "Qualquer um que se engaja na prática de psicoterapia se confronta todo dia com a devastação forjada pelos ensinamentos da religião."

Freud dizia que a energia depositada no inconsciente é de natureza sexual e lhe dava o nome de libido. O indivíduo que não canaliza essa energia ou não a adapta para uma atividade aceita pela sociedade, poderá ter problemas psíquicos, por exemplo, adquirir uma neurose.

Um indivíduo que amava a liberdade, a saída com amigos e festas homéricas, se ao casar, não se readaptar para a nova vida, ou será um candidato sério às puladas de cerca ou sofrerá por conta dos prazeres que não lhe são mais permitidos. Deverá então canalizar sua energia sexual para o parceiro – já que estamos em uma sociedade que é contrária a poligamia – e ao mesmo tempo, buscar atividades moralmente aceitas pela sociedade. Desse modo, terá mais chances de não ser afetado negativamente pelas lembranças do passado livre. Não queremos dizer que a vida de casado seja uma prisão, somente que as regras são mais rígidas e você não poderá fazer o que bem quiser a todo momento.

Os solteiros, a priori, não deveriam ter problemas com a libido. Afinal, são livres para experimentar. No entanto, a vigilância dura de terceiros pode também atrapalhar e causar danos sérios à sexualidade dos jovens que já estão na idade de encontros amorosos. Muitos jovens, para não magoar seus responsáveis, reprimem seus desejos mais naturais e básicos. Parece que os mais velhos, invejosos da felicidade do indivíduo que está em pleno viço da juventude, tentam bloquear a sua liberdade, impondo-lhe restrições e duras regras. “Já que não posso, você também não pode”, parece ser o pensamento daqueles que já estão longe dos anos dourados.

Alguém pode argumentar que a atenção é devido ao receio de que o jovem cometa alguma besteira. Isso é louvável quando lidamos com adolescentes. Estes devem priorizar efetivamente os estudos e as amizades saudáveis. Mas quando já se passou dos 18 anos, e ainda assim o jovem é policiado de seus naturais e básicos prazeres, o que sobra, são pessoas reprimidas, insatisfeitas e profundamente magoadas, e pior, muitas vezes, não sabem de onde vêm a tristeza e o mal-estar.
Fernando Bastos – http://pensarporsi.zip.net/

Pensa... as religiões têm trazido, ao lado de conforto e esperança, também dor e sofrimento, e criado muitos obstáculos à felicidade humana.

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